quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Jean Seberg

Como eu tenho a estranha mania de gostar de artistas com personalidades autodestrutivas, com histórico de abuso de drogas, infâncias traumáticas e histórias de suicídio, não poderia deixar de falar dela.

Tornou-se um mito da década de 60 após protagonizar Acossado, de Jean-Luc Goddard. Com seus cabelos curtos e ar despojado, foi considerada a primeira estrela desglamurizada do eixo Paris-Hollywood.
Dos 20 filmes que fez, os que eu mais gosto são: Bom dia Tristeza, Acossado, Sublime Loucura, Pendulum, Lilith (que fez com Warren Beatty) e O Rato que Ruge.

Casou-se quatro vezes e confessou nunca ter sido feliz com nenhum dos seus maridos. O primeiro foi o cineasta François Moreuil, depois veio o escritorRomain Gary, o diretor Dennis Berry e o ator marroquino Ahmed Hasni.

Teve um caso pra lá de caliente (uma coisa assim “amor de pica”, sabe?!) com o escritor mexicano Carlos Fuentes. Eles se conheceram no réveillon de 1969, ele com 41 anos e ela com 30, mas foi uma coisa rápida, porém marcante. E só se tornou público quando ele, quase 25 anos depois, escreveu sobre o romance dos dois no livro “Diana ou a Caçadora Solitária” (Diana, The Goddess Who Hunts Alone?).

Jean Seberg sofria de depressão crônica. Dizem que por conta da insatisfação com o rumo de sua carreira e sua vida pessoal. Tentou o suicídio algumas vezes, até atirou-se sobre os trilhos do metrô parisiense, mas não deu muito certo não, acabou sendo salva. O que a fez ficar ainda mais na deprê, e assim, passando um bom período em clínicas especializadas em doenças nervosas (deve ser horrível para uma pessoa depressiva falhar até na hora do seu suicídio, não?!). Escreveu dois livros, "Blue Jean" - um ensaio sobre a esquizofrenia - e "How top Escape Oneself" (Como Escapar de Si Mesmo), este um manual com instruções para o suicídio.

Foi ativista de causas populares, ligada aos Panteras Negras americanos, e por conta disso sofreu muito quando o FBI fez uma campanha forte de desmoralização contra ela, divulgando durante sua segunda gravidez que o pai da criança seria negro – fato inverídico que a abalou e resultou num aborto espontâneo. Daí em diante nunca mais conseguiu sair da depressão.

E no dia 1º de setembro de 1979, Jean Seberg, aos 40 anos, foi encontrada morta dentro de seu carro às margens do Rio Senna, em Paris. Próximo ao corpo, foram achados vários envelopes de barbitúricos, vazios, e uma garrafa de água mineral.

Um ano após a morte de Seberg, em 1980, o FBI rendeu-lhe homenagem póstuma, admitindo que a caluniara dez anos antes como parte de um programa de contra-inteligência. E comprometeu-se, a partir de então, a não mais utilizar a calúnia e nem combater os ativistas de movimentos populares (ahan cláudia, senta lá).


5 comentários:

Luciana Nepomuceno disse...

parabéns pelo post - e pelo blog! (cheguei - do Caso me Esqueçam) atraída por Jean Seberg. Uma atriz competentíssima, uma beleza ímpar e uma personalidade hipnotizante. Gostei muito do seu texto, obrigada!

Alan Raspante disse...

Vixi Ana, sou que nem vc. Adoro sempre os famosos problemáticos, não sei porque hehehe

Agora, nem imaginava que ela era tão... depressiva assim. Eita!

[]s

Lara Mello disse...

Gostei muito! ^^

Gisa disse...

Gostei do relato.
Um bj querida amiga

Anônimo disse...

Fascinante a narrativa, e fiquei bem curiosa para conhecer mais. ^^

Bjos =**